No mês de abril Ituporanga realizou a 24ª edição da Expofeira Nacional da Cebola, evento que reuniu milhares de pessoas e destacou, mais uma vez, o potencial produtivo da cidade conhecida como Capital Nacional da Cebola e de toda região.

A Festa Nacional da cebola contou com uma programação especial de shows nacionais, exposições, feiras e diversos eventos paralelos. Mas além da cebola, personagem principal da festa, o seminário da agricultura familiar tratou de outras culturas importantes para a região como o fumo, o milho e a soja.

Contudo, o momento não foi apenas de festa, os cebolicultores que já haviam se manifestado ao longo do mês de março sobre o baixo preço da cebola, aproveitaram a presença do Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, durante solenidade de abertura, para entregar um documento com reivindicações.

Em sua fala, o ministro disse: “Não adianta termos super safras, pelo menos não na perspectiva do produtor, se ela derruba os preços. Precisamos achar mecanismos para que isso seja revertido ou não deixe deteriorar os preços. Uma das sugestões aqui colocadas é taxar a cebola que entra no país. Acho que isso é possível, mas não depende só do Ministério da Agricultura. Vou levar o pleito e trabalhar nessa questão, assim como a renegociação dos financiamentos”, informou Maggi.

A manifestação

A alta produtividade de cebola em Santa Catarina, atingindo as 580 mil toneladas, comprometeu o preço médio pago pela hortaliça aos produtores. Em fevereiro, os cebolicultores de Ituporanga e região já estavam sentindo os prejuízos. “A safra começou com o quilo da cebola sendo vendido a R$ 0,80, não era um preço bom, mas agora o valor está em R$ 0,50, menos do que a nossa média de custo, que gira em torno dos R$ 0,60”, explicou o cebolicultor, associado Cravil e presidente do Sindicato Rural de Ituporanga Arny Mohr. 

Em uma tentativa de amenizar os prejuízos, os produtores da região da Cebola se organizaram junto a entidades regionais para tentar prorrogar o prazo dos financiamentos e, mais tarde, sentindo a falta de apoio das autoridades, reuniram-se no Centro de Ituporanga em protesto ao preço baixo da hortaliça e pedindo a taxação da cebola importada.

Além do problema

Para o presidente da Cravil, Harry Dorow, que acompanha a discussão, é preciso ir além do problema. “Nós precisamos de uma política que assegure ao produtor rural uma renda mínima. A taxação da cebola importada é fundamental, mas não será apenas isso que vai mudar o nosso cenário”.

Dorow explica que a exemplo desta safra, o grande problema ocorreu devido ao excesso de produção nacional. “Na minha opinião, o excesso de cebola ocorreu também pela a ação de oportunistas que com base no preço da hortaliça, na última safra, se aventuraram neste cenário. Já quando falamos em importação, pelo menos de acordo com os dados oficiais, a entrada de cebola no país este ano foi baixa. Enquanto que em janeiro e fevereiro de 2016 foi importado cerca de 16 mil toneladas, no mesmo período deste ano foi de apenas 3 mil toneladas. O nosso problema, portanto, não é apenas isso, é muito além e precisamos buscar alternativas para minimizá-los”, esclareceu.

A Cravil, através do seu Conselho de Cebola, está ativa nesta discussão, e quer junto aos produtores, entidades e autoridades da região, encontrar um caminho para que seja feito um estudo de implantação de uma política pública que assegure os direitos dos agricultores.

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